“Amada minha,
Em seus olhos de jade um reflexo das águas mornas me
convidou para um mergulho.
Nadando na escuridão dos seus pensamentos, encontrei
a pureza e malícia flutuando juntos na margem dos seus anseios secretos.

Tentado pela doçura do teu corpo áspero e intenso, os
desejos além dos sentidos me levaram a contemplar sua beleza interna coberta
pelos lençóis luxuriosos.
A textura dos teus seios quando vi, o teu cheiro como
parte de mim, o sabor da sua boca...
Quase me fizeram afogar, mas o teu toque era leve e
calmo como o som das águas paradas me chamando para as profundezas da sua
libido incansável.
Seus gemidos, eram soprados pelo hálito de romã e
pomares saborosos, enrolando-me no pecado inflamado da tua língua.
As ondulações da noite nos enchiam com a sensação do
momento, fundindo nossos corpos num eterno êxtase enquanto as estrelas olhavam para
baixo como se fossem olhos curiosos.
Os teus lábios eram corados pelo meu beijo gelado e as
tuas vontades por meus deleites selvagens.
Uma noite maravilhosamente maliciosa e excitante,
mergulhados na morna água do prazer.
E, perto da meia-noite, eu mordia tua pele como
pêssego, escorrendo teu sangue pelo meu corpo e descendo como serpentes velozes,
famintas pela tua nudez.
O dia belo e luminoso chegaria, mas nossas mentes
ainda estariam no calor das silenciosas ruínas do amor.”
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