terça-feira, 17 de outubro de 2017

Um Amor Pelo Qual Morrer

De olhos fechados, meu corpo adormece e o peso do sono me afunda como areia movediça, levando-me para o mais profundo dos sonhos. A escuridão é rasgada por pequenas luzes que se misturam e rabiscam uma imagem irreconhecível. Como nuvens se formando no céu, meu quarto é redesenhado nebulosamente, de alguma forma eu pareço estar nele, mas meu corpo continua dormindo no escuro. Assim, eu sinto uma brisa quente entrando pela janela, um som noturno dançando no silêncio como um fio invisível me puxando para o desconhecido. Eu olho para meu antigo eu e não consigo imaginar por que desejaria voltar para aquele corpo, pois finalmente sinto-me livre para voar pelo infinito e conhecer a voz que chama pelo meu nome. Então uma força suave começa a empurrar-me a cada respiração e de repente já estou lá fora, olhando ao redor o que antes parecia invisível aos meus olhos comuns: árvores calmas e pássaros ansiosos pelo amanhecer, todos em uma harmonia iluminada por mil estrelas curiosas, com um grande olho branco e outro dourado.... seriam estes os olhos de deus? Sem destino ou arrependimentos, eu conduzo meu espírito adiante, enquanto o mundo parece dormir sob meus pés. Tão alto quanto poderia estar, eu tento enxergar de longe o lugar pelo qual estou destinado a ir, onde uma donzela descansa em seu leito, rezando por um amor pelo qual morrer. Em um piscar de olhos, meus pensamentos me levam até sua casa, mas minha presença não é sentida, apenas o vento que se intensifica à medida que eu me aproximo envolto de trevas, enquanto uma pétala de rosa pousa sobre o chão do seu quarto. Por mais frio que estivesse lá fora, agora eu me sinto aquecido, pois o calor que emana da sua pele equilibrou a temperatura e fundiu-se à frieza do meu ser, uma nuvem de sombra que paira sobre seu corpo. Movendo-se inquieta, você sabe que algo está errado, mas arrisca-se a fechar os olhos e deixar que aquilo te cubra por inteiro, uma sensação de está sendo engolida por um mar de escuridão. Aos poucos, meus dedos tocam sua pele e você arrepia-se com um suspiro, deixando que eu acaricie cada centímetro da sua nudez. Entregando-se ao deleite, você abre suas pernas para sentir o sopro da minha boca que chega perto o suficiente para envergar seu corpo e molhar suas partes íntimas. O vento gelado vai empurrando suas roupas sem dificuldade, até que nada reste, e eu possa cobrir seus seios com a ponta da minha língua. Ansiando à flor da pele, você morde seus lábios, perguntando-se está dormindo ou acordada. De todo jeito, você apenas acena com a cabeça, entregando sua pele sensível ao prazer, enquanto uma gota de suor desce pela sua espinha. Minha perversa língua é guiada pela sua barriga para preencher o vazio entre suas pernas, preparando-a para o que estar por vir, mas antes que você grite, eu te enforco ternamente, deixando-a muda e sem reação, para deitar meu membro enrijecido sobre seu ventre...em seguida, algo mais doce e virgem me seduz para penetrar profundamente, enquanto um fio de sangue escorre por suas pernas. Ainda assim, você insiste para eu continuar, apertando os lençóis ou tentando agarrar meus cabelos, mas não há nada lá… você geme para o nada, pois sabe que se abrir os olhos estará tudo acabado. A cada movimento, uma pontada de dor e prazer preenche seu corpo, mas de repente você começa a se mover por vontade própria, deixando-me possuí-la por inteira, até que a intensidade te faça delirar com meu sêmen explodindo em mil sensações entre sua maré de orgasmo. Como algo que você não consegue alcançar, você nunca esteve tão próxima do céu, mas quanto mais amor você sentia, mais eu desaparecia.

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