segunda-feira, 5 de maio de 2014
Ondas Sereias de Inverno
Na aluminífera imagem de uma garota guardando o
seio dos sonhos na alusão de que a sua alma assassina perdeu as ânsias serenas e
românticas apenas para preencher o vazio, por um longo e infinito instante
achei que jamais voltaria a estes brilhantes raios de agonia. Descem em fúria
pelo meu corpo e preenchem minhas veias, ascendendo aquela vontade de
lembrar-se das passagens escuras que deixou minha fraqueza exposta e libertou
minha mente da sua tortura. Sendo assim, eu posso sentir o fogo queimando
dentro de mim, ouvindo profundamente o que começa com uma simples declaração se
transformar em algo valioso. Os dias de azul se mostram cinzas, essas sensações
no ar que revelam que o fim está próximo... mas há outro lado que você irá ver,
perdido na sua mente e escondido atrás do seu disfarce, um sonho que nunca foi
tão surreal ao toque, pois a tristeza é a cor desse sonho. A claridade do dia
cega meu caminho por medo de saber onde você está, presa no escuro por toda
eternidade. No que a natureza usou para responder as chamadas do meu silêncio
quebrado, levou minha vontade de entrar nesse círculo para extinguir o
sangramento no altar dos meus pecados. Quando olho aquele rosto do céu, sombras
crescem ao redor da lua cheia e as almas esperam a chave da vida. Trancado em
um mundo escurecido é onde ficam os sonhos que você procura, são como histórias
do passado de uma doce criança na inocência. Dentro da sua mente consciente o
translúcido véu das vésperas de esperança surge como as notas de um violino,
trazendo de volta ventos da tempestade e destinos nebulosos. Aos meus ouvidos
mergulhou-se o som da sua voz a sentir os tons de azuli do mar preenchendo o
meu ser, a canção do seu espírito invadindo o meu corpo com o encanto do seu pecado,
tão belo e incandescente como um fogo descendo nas águas, tão profundo como as
ondas que emergem minha consciência a perder-se na insanidade do seu desejo.
Queria fluir da sua boca e saborear os sentimentos que traz na sua canção,
enxergar sua essência na mais intensa psique das emoções que surgem nos gemidos
inexprimíveis da sua vontade, movendo meu corpo nos mistérios profundos da sua
alma, na velocidade de emergir para dentro sem medo de afogar-me na sua intensa
agonia. Sua voz é para mim como um brilho através de um véu com o vento tornando
as imagens lindas sombras descortinadas, desenhos da sua imaginação
transcendendo a opus melancólico de sua essência que experimentei nos teus
lábios em um passado dimensional esquecido. O buraco da minha alma revela a dor que é
deixar um amor torna-se pedra, suas cores são de um cinza afundado em águas
silenciosas, em um mergulho que meus braços se esforçam para descer aos
segredos do oceano, onde as sereias guardam a purificação arcana. O que passei
ou a vida que esvaiu de minhas mãos, as areias do mar escondem e me fazem ver
que os pensamentos sempre renascem, que o que fazemos se refletirá em algum momento
e deixará de ser o que era, como folhas de uma árvore banhada pelo inverno ou
como a falta que uma pessoa faz quando buscamos o sono no travesseiro. No amanhã
poderei olhar o nascer do sol sem viver uma apagada memória de amargura desvanecendo
minhas últimas forças. Sem a maldição que me estuprou e acorrentou minha vida
em objetivos fúteis e diabólicos, sem a sombra que cobriu meus ossos e
escureceu meus olhos, sem as amadas de cartas anônimas e sem os espíritos que
se divertiam com falsas emoções, enterrando suas motivações no mar negro da
minha mente.
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